Tramita na Câmara o Projeto de Lei 5525/09, do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que institui o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PRMT), a ser elaborado em conjunto pelos órgãos de saúde, trânsito, transportes e Justiça.
Segundo o projeto, até setembro de cada ano, deverão ser fixadas metas de redução do número de mortes e lesões para o ano subsequente. Essa meta deverá levar em consideração as mortes e lesões apuradas no ano anterior.
As metas e as ações terão como base os estudos e as estatísticas sobre acidentes - principais fatores, pontos críticos, locais e horários com mais acidentes, perfil das vítimas, entre outros dados mensuráveis. A partir desses estudos, poderão ser formuladas políticas específicas para redução de acidentes envolvendo motociclistas, ciclistas, pedestres e condutores de automóveis.
O autor da proposta é presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro da Câmara dos Deputados.
Fiscalização
O plano prevê também que, em todos os anos, pelo menos 30% da frota total de
veículos automotores, em cada unidade da Federação, seja abordada para
fiscalização preventiva de trânsito, nas rodovias federais e estaduais e nas
vias urbanas.
Essa fiscalização terá como prioridades: verificar a documentação do veículo e a carteira nacional de habilitação do condutor; verificar os itens de segurança do veículo; submeter o condutor, mesmo sem a suspeita de dirigir sob a influência de álcool, a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo Conselho Nacional de Trânsito, permitam certificar seu estado.
Participação social
O plano deverá também conter: mecanismos de participação da sociedade em geral
na consecução das metas estabelecidas; garantia da ampla divulgação das ações e
procedimentos de fiscalização, das metas e dos prazos definidos, em balanços
anuais, permitindo consultas públicas por meio da rede mundial de computadores;
previsão da realização de campanhas permanentes e públicas de informação,
esclarecimento, educação e conscientização, visando atingir os objetivos do
plano.
Serão reconhecidos e
distinguidos os gestores públicos e privados empenhados na redução das mortes e
lesões no trânsito.
"Segundo a Organização Mundial de Saúde, cada país terá o número de mortes no trânsito que estiver disposto a tolerar", diz Beto Albuquerque. Ele cita os números dramáticos do trânsito brasileiro: cerca de cem pessoas mortas por dia, além de mil feridas. Por ano, são 35 mil mortos (19,4 a cada 100 mil habitantes) e 120 mil internações só na rede do SUS.
"Até a superação das barreiras legais, todo e qualquer esforço para aumentar a segurança nas vias e rodovias será mínimo, se comparado com o intenso sofrimento causado às vítimas de acidentes de trânsito", diz o deputado. Ele conclama os governos e a sociedade a reagir.
O plano baseia-se nas seguintes premissas: necessidade da participação
solidária da sociedade; reconhecimento da relevância da fiscalização para a
política de proteção social contra os acidentes do trânsito; não discriminação
dos condutores, para que a ação das autoridades adquira respeito.
Os fatores a serem atacados
prioritariamente são o controle da velocidade; a associação entre álcool e
direção; o uso de cinto de segurança e do capacete, no caso do motociclista; e
o uso de dispositivos para o transporte de crianças.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e
será examinado pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e
Justiça e de Cidadania.
Fonte: Agência Câmara